No calor é sempre preocupante o risco de queimadas nas plantações. Mas um problema antigo também tem chamado a atenção: o risco de pragas e doenças nas lavouras. No inverno é mais difícil encontrar pragas nas plantações, mas no tempo seco, é bem mais fácil a proliferação dos insetos.
As principais causas deste problema são organismos como vírus, bactérias e fungos que podem cruzar as fronteiras, causando doenças e danos às criações. Na verdade, o perigo vem de muito tempo, desde o descobrimento do Brasil, quando os colonizadores começaram a trazer de outras terras o gado, mudas de plantas, sementes. Trouxeram contudo, a ameaça das primeiras pragas e doenças.
A contaminação pode ocorrer por migração natural, viajando com plantas e animais por terra, águas e pelo ar, saltando de uma lavoura para outra. Outra forma de infecção é a introdução acidental, através de pequenas coisas que passam desapercebidas, como uma semente esquecida no bolso, um carrapicho grudado na roupa ou um pouco de lama e esterco preso no solado da bota. Por fim, há a introdução intencional, num ato de agroterrorismo.
Porém, a prevenção não é nada fácil e quem controla tudo isso com muito cuidado é o Serviço de Defesa Agrícola, que atua monitorando tais riscos e organizando ações de controle. A primeira forma de detectar o problema é a quarentena, em que confina todo material importado para agricultura por tempo necessário para que alguma praga ou doença dê sinal de vida e, a partir daí, começa a entrar em ação.
Solução: melhoramento preventivo
Uma das estratégias é o melhoramento preventivo, ou seja, desenvolver plantas e animais resistentes a essas pragas e doenças, antes que o problema se instale. Com parcerias entre órgãos de defesa agropecuária e de pesquisa, empresas privadas e associações de produtores, tanto no Brasil como no exterior, o país tem desenvolvido plantas resistentes a doenças devastadoras, como o crestamento bacteriano do arroz, a mancha vermelha da-folha-de-soja e o crestamento bacteriano-aureolado do feijoeiro, que ainda não chegaram aqui.
O melhoramento preventivo interessa a todos, até consumidores, pois os impactos refletem nos preços dos alimentos e, é claro, no meio ambiente também.