Tempo seco é sinal de calor, muito calor. E a alta temperatura que sentimos no decorrer do dia, vem do período de estiagem que estamos vivendo. O fato é que não tem chovido e, essa falta de chuva, vai muito além. A chuva não tem chegado nem mesmo ao campo, o que prejudica a pastagem e a produção dos nossos alimentos. Na zona rural, o pouco que caiu na região não foi o suficiente para encher açudes e aguadas. Tudo está completamente seco.
No pasto, o gado já não encontra água, muito menos comida com fartura para se alimentar. Nas propriedades, os pequenos agricultores tinham esperança de lucrar com a produção de algumas frutas, mas a irregularidade da chuva frustrou a expectativa. A esperança agora é aguardar a mudança de tempo para que o milho e o feijão possam ser plantados.
Ainda não há dados consolidados sobre o estrago que a falta de chuvas combinada com altas temperaturas têm provocado no campo. Mas produtores de grãos, verduras, café, laranja e pecuaristas estão apreensivos em relação às possíveis perdas. A consequência disso é o aumento de preços dos produtos, um dos maiores reflexos da escassez dos últimos tempos.
Mas uma coisa é certa, os produtores colheram bem menos da plantação de frutas e cereais, mas mesmo assim, os frutos que vingaram não se desenvolveram. Eles estão pequenos demais e a qualidade, muito abaixo do esperado.
Safrinha de soja
Após a caída de preço do cereal no ano passado, os produtores rurais resolveram investir na “safrinha de soja“. A prática da segunda safra, ou safrinha com soja, que já é adotada com mais intensidade no Mato Grosso, em São Paulo e no Paraná. A questão é: os produtores estão abrindo mão da rotação de culturas. Ou seja, uma técnica recomendada para reduzir a proliferação de doenças e, claro, a melhoria do solo. Depois desse processo, o grão volta a ser semeado, logo após a colheita da própria soja. Melhor dizendo, uma plantação por cima da outra. Apesar das cotações mais altas do que as cotações do milho, os agricultores relatam um aumento expressivo nos custos de produção, em função do ataque de pragas e doenças nas plantações. Isso dificulta ainda mais o aparecimento dos resultados.
Na verdade não existe outra saída. Previsão de chuva não temos. O jeito é esperar a água que vem de tão longe para nos molhar. Só assim será possível plantar.
Enquanto isso, procura-se índios especializados em fazer a dança da chuva!